O poema diz por si próprio o que acontece.
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
(Carlos Drummond de Andrade)
quarta-feira, 27 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Reflexões não extensas.
Amy faleceu.
Para mim ela era linda, super talentosa, e humana, com suas falhas e virtudes, com suas escolhas. Direta ou indiretamente pagou por suas escolhas, ponto.
Em um tempo onde tudo se esvai em questão de milésimos de segundo, o que mais vi nesses últimos dias foi gente fazendo piadas inadequadas, se gabando de ter acertado a “previsão” de sua morte prematura, criticando-a pelo seu estilo de vida. Vi, ouvi de tudo, menos que ela era um SER HUMANO.
A mídia, essa grande roda com suas teias, chamada sistema, cristalizou uma imagem de Amy Winehouse e todo mundo comprou. A imagem de drogada, louca, inconseqüente que não merece créditos. Coisificaram Amy, ela virou um produto, uma marionete em prol do lucro de alguns, incluindo ela. E sobre produtos não há sentimentos nobres, somente o de posse.
A imagem de Amy provocava nas pessoas uma certa “admiração” por parte daqueles que no fundo queriam ter seu estilo de vida, mas não tinham coragem e/ou a critica dos moralistas de plantão que usam o alheio para externar o que há de pior em si.
Enfim, o que me deixa mais triste é que mesmo depois de sua morte, Amy Winehouse ainda continuará sendo um produto, trazendo lucro para os mesmos, sendo lembrada como uma lenda desse lixo cultural, menos como SER HUMANO.
----------------------------------------------------------------------------------
Deste fato com Amy, me pego a refletir sobre a diferença.
Na minha humilde opinião o cristianismo trouxe consigo o pior de todos os sentimentos, o da semelhança. Querer impor a semelhança é o maior desserviço que a moral cristã nos trouxe.
Desejo de semelhança gera intolerância. Conta fácil de fazer e que a história da humanidade não nos deixa mentir. Quantas guerras, quanto sangue derramado, quantas vidas ceifadas tudo causado em nome da semelhança. Adolf Hitler que o diga.
NÃO SOMOS SEMELHANTES EM ABSOLUTAMENTE NADA, SOMOS DIFERENTES EM TUDO! Daí, o que ainda se assiste – apesar de todos os “avanços”, é gente querendo impor para o outro aquilo que se é. Não se tolera o diferente, querem que o outro seja igual a si. Nesta cegueira coletiva continuamos a caminhar sobre o mais primitivo, o mais perverso.
A diversidade é a dinâmica, a característica mais fascinante da natureza, por que ninguém percebe?
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Somos frutos da era do individual.
Não sejamos hipócritas, cada um olha para o seu umbigo, se move para o que lhe interessa.
O ser humano sempre tendeu ao individualismo, porém nesta era mercado-consumo tudo está potencializado.
O individualismo não desaparecerá, isto é utopia. O que poderia ser feito para amenizar?
O ser humano tentar se colocar no lugar do outro, ao menos em pensamento.
Para mim ela era linda, super talentosa, e humana, com suas falhas e virtudes, com suas escolhas. Direta ou indiretamente pagou por suas escolhas, ponto.
Em um tempo onde tudo se esvai em questão de milésimos de segundo, o que mais vi nesses últimos dias foi gente fazendo piadas inadequadas, se gabando de ter acertado a “previsão” de sua morte prematura, criticando-a pelo seu estilo de vida. Vi, ouvi de tudo, menos que ela era um SER HUMANO.
A mídia, essa grande roda com suas teias, chamada sistema, cristalizou uma imagem de Amy Winehouse e todo mundo comprou. A imagem de drogada, louca, inconseqüente que não merece créditos. Coisificaram Amy, ela virou um produto, uma marionete em prol do lucro de alguns, incluindo ela. E sobre produtos não há sentimentos nobres, somente o de posse.
A imagem de Amy provocava nas pessoas uma certa “admiração” por parte daqueles que no fundo queriam ter seu estilo de vida, mas não tinham coragem e/ou a critica dos moralistas de plantão que usam o alheio para externar o que há de pior em si.
Enfim, o que me deixa mais triste é que mesmo depois de sua morte, Amy Winehouse ainda continuará sendo um produto, trazendo lucro para os mesmos, sendo lembrada como uma lenda desse lixo cultural, menos como SER HUMANO.
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Deste fato com Amy, me pego a refletir sobre a diferença.
Na minha humilde opinião o cristianismo trouxe consigo o pior de todos os sentimentos, o da semelhança. Querer impor a semelhança é o maior desserviço que a moral cristã nos trouxe.
Desejo de semelhança gera intolerância. Conta fácil de fazer e que a história da humanidade não nos deixa mentir. Quantas guerras, quanto sangue derramado, quantas vidas ceifadas tudo causado em nome da semelhança. Adolf Hitler que o diga.
NÃO SOMOS SEMELHANTES EM ABSOLUTAMENTE NADA, SOMOS DIFERENTES EM TUDO! Daí, o que ainda se assiste – apesar de todos os “avanços”, é gente querendo impor para o outro aquilo que se é. Não se tolera o diferente, querem que o outro seja igual a si. Nesta cegueira coletiva continuamos a caminhar sobre o mais primitivo, o mais perverso.
A diversidade é a dinâmica, a característica mais fascinante da natureza, por que ninguém percebe?
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Somos frutos da era do individual.
Não sejamos hipócritas, cada um olha para o seu umbigo, se move para o que lhe interessa.
O ser humano sempre tendeu ao individualismo, porém nesta era mercado-consumo tudo está potencializado.
O individualismo não desaparecerá, isto é utopia. O que poderia ser feito para amenizar?
O ser humano tentar se colocar no lugar do outro, ao menos em pensamento.
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