Tenho raiva do mundo, confesso. Raiva de não obter respostas concretas acerca de minha existência, e a pergunta crucial, o porque de eu ser eu.
Minha raiva é crescente e sempre igual. Tenho raiva da minha infância triste e sofrida, de ser pobre, da solidão que me assola, me persegue e faz de mim uma eterna angustiada. Sinto raiva de ter compaixão pelos demais animais, sejam eles pensantes ou não. Agora a maior de todas as raivas é a diferença entre as coisas que eu nunca consegui compreender, de não ter capacidade de convencer as pessoas de que meu mundo é o melhor de todos.
Diante de tanta raiva, que permanece aqui intacta e em seu lugar, a minha existência me ensinou a inventar, e hoje sou feliz, humilde e conformada puramente por invenção, e eu vivo isso.
A dualidade faz parte de mim, senão não poderia ser uma existência existente, apesar de toda a redundância.
Entre a minha raiva e a alegria, há em mim a imaginação que me permite a criação do mundo em que eu posso ser o que eu quiser realmente, já que nesse não existe nada, ninguém, só mentira e suposição.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
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