quinta-feira, 15 de outubro de 2009

É impressionante o tanto que as sensações mudam...
Ando me sentindo perdida no mundo, sem significância, como se isso tudo não pertencesse a mim.
Tudo muito rápido, passando muito rápido e a minha vontade de ficar, olhar, fazer, construir(pricipalmente relações) é engolido como se fosse nada.
Só eu sei das minhas dificuldades como humano, pensei que com o tempo que é tão inventido mudaria algo...ledo engano.
Estou mergulhada num mundo que faz e tem apenas carcaças andantes, onde o sentimento de poder abarcar tudo - quase tudo só está no mundo das ideias.
Ah! Fúria da juventude que corre em minhas veias. Queria tanta coisa que nem sei o que, só sei que não posso - os motivos eu sei.
Enquanto isso luto diariamente contra a frieza e a esterilidade dos meus sentidos...
Ser adulta não é fácil....

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

(como me identifico com essa Pessoa....)

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