O livro do desassossego do Bernardo Soares heterônimo de Fernando Pessoa, traduz em belos versos o que passa nos recônditos da minha alma, dessa minha singela existência.
O que temos em comum? Essa angústia de querer ser o outro e a incrível medida de viver o momento, o presente a vida que me é palpável e real, mesmo com toda a dor de sê-lo.
(...)" Sou um poço de gestos que nem em mim se esboçaram todos, de palavras que nem pensei pondo curvas nos meus lábios, de sonhos que me esqueci de sonhar até ao fim.
Sou ruínas de edificios que nunca foram mais do que essas ruínas, que alguém se fartou, em meio de construí-las, de pensar em que construía.
Não nos esqueçamos de odiar os que gozam porque gozam, de desprezar os que são alegres, porque não soubemos ser, nós alegres como eles...Esse desdém falso, esse ódio fraco não é senão o pedestal tosco e sujo da terra em que se finca e sobre o qual, altiva e única, a estatua do nosso Tédio se ergue, escuro vulto cuja face um sorriso impenetrável nimba vagamente de segredo.
BENDITO OS QUE NÃO CONFIAM A VIDA A NINGUÉM."
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
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