sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Desassossego.

Esta sensação que está intríseca em mim. Solidão: esta condição que faz parte de mim desde sempre e que me acostumei a tê-la... e de verdade prefiro assim.
Segue Bernado Soares e seus poemas que exprimem tudo aquilo que sinto e que penso.

"Ah, mas como eu desejaria lançar ao menos numa alma alguma coisa de veneno, de
desassossego e de inquietação. Isso consolarme-ia um pouco da nulidade de acção em que vivo. Perverter seria o fim da minha vida. Mas vibra alguma alma com as minhas palavras? Ouve-as alguém que não só eu?

"Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste."

"A solidão desola-me; a companhia oprime-me. A presença de outra pessoa descaminha-me
os pensamentos; sonho a sua presença com uma distracção especial, que toda a minha atenção analítica não consegue definir".

"Os meus hábitos são da solidão, que não dos homens"; não sei se foi Rousseau, se Senancour,o que disse isto. Mas foi qualquer espírito da minha espécie - não poderia talvez dizer da minha raça."


"Tenho fome da extensão do tempo, e quero ser eu sem condições."

"De resto, com que posso contar comigo? Uma acuidade horrível das sensações, e a
compreensão profunda de estar sentindo...Uma inteligência aguda para me destruir, e um poder de sonho sôfrego de me entreter...Uma vontade morta e uma reflexão que a embala,como a um filho vivo..."



Ainda bem que existem pessoas nas mesmas condições de sentir que as minhas.

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