Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...
Sim, o porvir...
quinta-feira, 27 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
Coisas que me arrependo.
Não vou ser hipócrita de dizer que só me arrependo do que NÃO fiz. Arrependo-me muito mais das coisas que eu fiz e da qual eu tinha outra possibilidade e não fiz a escolha correta.
Porque não dá para se arrepender do que não fez já que ação não existiu.
São três arrependimentos que me corroem até hoje: Aos 18 anos, de não ter prestado faculdades federais, USP, já que eu tinha capacidade; de não ter prestado concurso público federal e de não ter ficado por mais difícil que fosse em Natal.
Todas as minhas escolhas foram contrárias, e por isso, hoje vivo as conseqüências disso.
Às vezes machuca, dói, mas mesmo assim vou levando a vida sem nem saber onde eu vou parar, e se eu vou parar em algum momento.
No meu mundo imaginativo fico pensado o quanto seria diferente se eu tivesse optado pelo oposto que eu escolhi, mas a vida é implacável e as escolhas também.
To meio encabulada de ver os outros dando certo, e eu aqui no mesmo lugar, fazendo coisas contra a minha vontade, isso tá me matando aos poucos.
Enfim, a vida é uma conseqüência, cheia de incertezas, e repleta de insatisfações. Espero que ao longo dessa caminhada eu consiga fazer escolhas acertadas e que a conseqüência seja mais leve e adocicada.
Pois não há vida sem escolhas!
Porque não dá para se arrepender do que não fez já que ação não existiu.
São três arrependimentos que me corroem até hoje: Aos 18 anos, de não ter prestado faculdades federais, USP, já que eu tinha capacidade; de não ter prestado concurso público federal e de não ter ficado por mais difícil que fosse em Natal.
Todas as minhas escolhas foram contrárias, e por isso, hoje vivo as conseqüências disso.
Às vezes machuca, dói, mas mesmo assim vou levando a vida sem nem saber onde eu vou parar, e se eu vou parar em algum momento.
No meu mundo imaginativo fico pensado o quanto seria diferente se eu tivesse optado pelo oposto que eu escolhi, mas a vida é implacável e as escolhas também.
To meio encabulada de ver os outros dando certo, e eu aqui no mesmo lugar, fazendo coisas contra a minha vontade, isso tá me matando aos poucos.
Enfim, a vida é uma conseqüência, cheia de incertezas, e repleta de insatisfações. Espero que ao longo dessa caminhada eu consiga fazer escolhas acertadas e que a conseqüência seja mais leve e adocicada.
Pois não há vida sem escolhas!
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Como saber se o caminho a ser trilhado está certo?
Como saber a hora de parar, tudo?
Como sentir se os sentimentos estagnaram?
Eu ando um tanto confusa em relação aos meus próprios sentimentos, parece que algo parou ou acabou e eu não estou conseguindo detectar.
Pode ser uma fase, ou pode ser que a vida queira que eu tome uma decisão.
Mas vou pensar e analisar mais um pouco. Eu nunca deixei de fazer o que eu achava que tinha que ser feito, nunca fugi e sempre agüentei de certa forma as conseqüências.
Realmente tá tudo obscuro e sem pulsação.
Mas porque tem que ser assim? Durável enquanto a chama arde. Que diabos de chama é essa?
"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre."
(Gabriel Garcia Marquez)
Como saber a hora de parar, tudo?
Como sentir se os sentimentos estagnaram?
Eu ando um tanto confusa em relação aos meus próprios sentimentos, parece que algo parou ou acabou e eu não estou conseguindo detectar.
Pode ser uma fase, ou pode ser que a vida queira que eu tome uma decisão.
Mas vou pensar e analisar mais um pouco. Eu nunca deixei de fazer o que eu achava que tinha que ser feito, nunca fugi e sempre agüentei de certa forma as conseqüências.
Realmente tá tudo obscuro e sem pulsação.
Mas porque tem que ser assim? Durável enquanto a chama arde. Que diabos de chama é essa?
"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre."
(Gabriel Garcia Marquez)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Fernando Pessoa, mil vezes Fernando Pessoa
E eu me surpreendo cada dia mais, mais e mais.
Lembro-me bem do seu olhar.
Ele atravessa ainda a minha alma,
Como um risco de fogo na noite.
Lembro-me bem do seu olhar. O resto…
Sim o resto parece-se apenas com a vida.
Ontem, passei nas ruas como qualquer pessoa.
Olhei para as montras despreocupadamente
E não encontrei amigos com quem falar.
De repente vi que estava triste, mortalmente triste,
Tão triste que me pareceu que me seria impossível
Viver amanhã, não porque morresse ou me matasse,
Mas porque seria impossível viver amanhã e mais nada.
Fumo, sonho, recostado na poltrona.
Dói-me viver como uma posição incómoda.
Deve haver ilhas lá para o sul das cousas
Onde sofrer seja uma cousa mais suave,
Onde viver custe menos ao pensamento,
E onde a gente possa fechar os olhos e adormecer ao sol
E acordar sem ter que pensar em responsabilidades sociais
Nem no dia do mês ou da semana que é hoje.
Abrigo no peito, como a um inimigo que temo ofender,
Um coração exageradamente espontâneo
Que sente tudo o que eu sonho como se fosse real,
Que bate com o pé a melodia das canções que o meu pensamento canta,
Canções tristes, como as ruas estreitas quando chove.
(F.P - Poesias Inéditas)
Lembro-me bem do seu olhar.
Ele atravessa ainda a minha alma,
Como um risco de fogo na noite.
Lembro-me bem do seu olhar. O resto…
Sim o resto parece-se apenas com a vida.
Ontem, passei nas ruas como qualquer pessoa.
Olhei para as montras despreocupadamente
E não encontrei amigos com quem falar.
De repente vi que estava triste, mortalmente triste,
Tão triste que me pareceu que me seria impossível
Viver amanhã, não porque morresse ou me matasse,
Mas porque seria impossível viver amanhã e mais nada.
Fumo, sonho, recostado na poltrona.
Dói-me viver como uma posição incómoda.
Deve haver ilhas lá para o sul das cousas
Onde sofrer seja uma cousa mais suave,
Onde viver custe menos ao pensamento,
E onde a gente possa fechar os olhos e adormecer ao sol
E acordar sem ter que pensar em responsabilidades sociais
Nem no dia do mês ou da semana que é hoje.
Abrigo no peito, como a um inimigo que temo ofender,
Um coração exageradamente espontâneo
Que sente tudo o que eu sonho como se fosse real,
Que bate com o pé a melodia das canções que o meu pensamento canta,
Canções tristes, como as ruas estreitas quando chove.
(F.P - Poesias Inéditas)
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Belo Belo II - Manuel Bandeira
Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.
O que seria da vida, sem poesia, sem poética? Quem não admira a poesia, essa conjunção de palavras que emergem sentimentos, desculpe mas não sabe enxergar a beleza da vida.
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.
O que seria da vida, sem poesia, sem poética? Quem não admira a poesia, essa conjunção de palavras que emergem sentimentos, desculpe mas não sabe enxergar a beleza da vida.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Semana peculiar.
Do êxtase à desilusão.
Da glória ao sofrimento.
Assim que é a vida, feita de dualidade que eu tanto amo e acho necessário.
Essas experimentações da vida é o que dá a dinâmica, a existência. Existo porque penso, me movo, sinto- sim eu sinto.
Pergunta que não quer calar; o que é a razão? Onde ela se encontra? Como eu a sinto? Conhecimento é razão? Espero ter uma resposta para isso semana que vem.
A Filosofia é cativante, mas esse negócio de colocar a razão em tudo.... isso é tão abstrato.
Vivendo um dia de cada vez, sem ao menos pensar no que virá depois. Só o tempo irá dizer se eu estava certa ou não ao fazer esta opção.
Não saber o que se quer da vida é a coisa mais normal do universo, saber da existência, mas não saber onde ela vai desaguar, isso sim que é o grande mistério, e o mais lindo de todos os mistérios.
Certezas vêm e se desfazem; eu não sei o que quero, mas suponho o que sou. Eu só queria viver minha vida, com todos os efeitos imaginativos que eu me dou e ser feliz como quem não quer nada e tem muito.
Corinthians mina vida, minha história, meu amor. Eu nunca vou te abandonar porque eu te amo. Esse amor, essa emoção incalculável que me faz vibrar e me faz sentir que eu ainda tenho sentidos.
Tirando toda a zoeira que temos que agüentar (fazer, o que? Eu sei perder), ser corinthiana para mim, é ter certeza da dualidade da vida e o quanto ela é real, palpável e importante. A vida é ganhar aqui e perder acolá, sem mais delongas. Quem não sabe perder, só sabe vencer não sabe o que é viver!
Não tem jeito filosofo mermo!hhahahhahaha
(Camila Lima)
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva quando falta muito,pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e ervas...
O que é preciso é ser natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar -se que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
(Alberto Caeiro)
Do êxtase à desilusão.
Da glória ao sofrimento.
Assim que é a vida, feita de dualidade que eu tanto amo e acho necessário.
Essas experimentações da vida é o que dá a dinâmica, a existência. Existo porque penso, me movo, sinto- sim eu sinto.
Pergunta que não quer calar; o que é a razão? Onde ela se encontra? Como eu a sinto? Conhecimento é razão? Espero ter uma resposta para isso semana que vem.
A Filosofia é cativante, mas esse negócio de colocar a razão em tudo.... isso é tão abstrato.
Vivendo um dia de cada vez, sem ao menos pensar no que virá depois. Só o tempo irá dizer se eu estava certa ou não ao fazer esta opção.
Não saber o que se quer da vida é a coisa mais normal do universo, saber da existência, mas não saber onde ela vai desaguar, isso sim que é o grande mistério, e o mais lindo de todos os mistérios.
Certezas vêm e se desfazem; eu não sei o que quero, mas suponho o que sou. Eu só queria viver minha vida, com todos os efeitos imaginativos que eu me dou e ser feliz como quem não quer nada e tem muito.
Corinthians mina vida, minha história, meu amor. Eu nunca vou te abandonar porque eu te amo. Esse amor, essa emoção incalculável que me faz vibrar e me faz sentir que eu ainda tenho sentidos.
Tirando toda a zoeira que temos que agüentar (fazer, o que? Eu sei perder), ser corinthiana para mim, é ter certeza da dualidade da vida e o quanto ela é real, palpável e importante. A vida é ganhar aqui e perder acolá, sem mais delongas. Quem não sabe perder, só sabe vencer não sabe o que é viver!
Não tem jeito filosofo mermo!hhahahhahaha
(Camila Lima)
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva quando falta muito,pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e ervas...
O que é preciso é ser natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar -se que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
(Alberto Caeiro)
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