Há tempos
Meu coração deixou de pulsar,
E minha alma deixou de sentir,
Ainda estou viva, mas em vias de metáfora,
É como se estivesse morta.
Morta para o mundo, para as relações sociais.
Já não sei se o que o pouco que sinto
É felicidade ou infelicidade.
Em meio a tanta confusão.
Pergunto-me se algum dia fui humana, ou se tudo isso não passa de um devaneio meu.
--------------------------------------------------------------------------------------
Sempre me senti abandonada, essa sensação me persegue desde sempre.
É como se eu fosse invisível para o universo que rodeia.
E eu aqui querendo ter voz, querendo ser ouvida, querendo compartilhar minimamente as experimentações da vida.
Tanto tempo se passou e o sentimento não mudou.
E agora aqui estou com esse abandono intrínseco em mim, fazendo parte do meu dia a dia.
Tomei o abandono como meu companheiro. Ao menos um eu preciso ter.
(Camila Lima).
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Sobre política e candidatos bizarros.
Ontem houve um debate em sala de aula tendo como pauta a candidatura de políticos bizarros. Segue abaixo minha reflexão e algumas informações que eu não sabia.
- As eleições para deputado (estadual ou federal) na verdade é uma enganação(ou manobra): Pois nosso voto não vai para o candidato e sim para a legenda (em primeira escala). Por exemplo, tem-se 1000 votos no candidato X do partido Y, a partir disto é determinado quantas cadeiras o partido irá ter, por conseguinte o partido irá colocar os maiores votados, quer dizer que seu voto não vai necessariamente para o candidato.
Talvez isso explique o porque de tantos políticos “subcelebridades” , já que eles recebem milhares de votos e beneficiam seus partidos.
- Importante salientar que o mandato de um senador é de OITO ANOS.
- O voto nulo faz parte de nosso direito. Se tiverem mais de 50% dos votos ANULADOS, a eleição é cancelada, obrigando a troca de candidatos (opção forte para alguma mudança).
Em meio a tanta baboseira que eu escutei ontem, como a de um colega que misturou polícia militar com política, com Prouni, com ditadura, acabei meio que perdendo o fio do pensamento e quando foi me dada a palavra, acabei por perguntar algo não muito relevante, apesar de eu achar não menos importante.
A pergunta foi entorno do número de partidos políticos. A resposta foi que quanto mais, melhor. Acho que não. Um dos grandes problemas do sistema político é a grande quantidade de partidos inexpressivos dos quais nem sabemos sobre sua ideologia política. Daí nas eleições tem as tais coligações que vendem nossa política a troco de um cargo aqui, outro ali. Claro que não pode existir só dois, bem como não é aceitável que existam 20,30 partidos espalhados por aí. (minha opinião).
Agora minha reflexão pós debate:
1) É muito difícil tratar de política em uma era em que a individualidade é gritante e que pensar em prol do coletivo é cada vez mais raro.
2) Estamos no Brasil, um país de milhões de analfabetos sem acesso a educação e cultura, logo consciência política não irá surgir do nada.
3) Somos um povo passivo, ainda vivemos sob a lenda de D. Sebastião (rei português desaparecido antes mesmo do Brasil ser descoberto. A lenda era que ele viria e resolveria todos os problemas, não precisa agir, basta esperar).
4) A falta de interesse sobre política gera um descompromisso para com ela. Não é a toa que candidatos bizarros se aproveitam disso. O cara vai lá e vota em qualquer um, afinal, a sua vida é o mais importante do que uma eleição (seja da elite ou da ralé)
5) Falta renovação. Nossa política está cheia de velhotes com seus pensamentos reacionários.
6) O grande problema é que ser político no Brasil é profissão. Queria ver se um deputado, senador, vereador ganhasse um salário mínimo e tivesse apenas um mandato iria se candidatar (ou você acha que a Simony se importa com causas em prol do cidadão? Será que ela não quer mamar na teta do governo e ganhar muito dinheiro fácil, hein?) Nada mais justo um representante do povo ganhar o salário que o povo ganha.
7) Quem faz as leis são deputados e senadores, logo eles governam para si; dificilmente se verá alguma lei restritiva para a mamata que é ser político no Brasil.
Voltando-se para realidade não há muito para se ter esperança. O problema é histórico e hoje vivemos as conseqüências do descaso que sempre assolou nosso país. O poder está nas mãos de poucos e a história da humanidade mostra que assim foi e assim será, sempre, só mudam as formas. (infelizmente). As revoluções seriam uma saída, mas meu pessimismo me alcança e constato que estou no século XXI, a era da alienação, da superficialidade, da individualidade suprema. Talvez eu não veja a história mudar, mas quem sabe alguém viva para presenciar. Tomara!
- As eleições para deputado (estadual ou federal) na verdade é uma enganação(ou manobra): Pois nosso voto não vai para o candidato e sim para a legenda (em primeira escala). Por exemplo, tem-se 1000 votos no candidato X do partido Y, a partir disto é determinado quantas cadeiras o partido irá ter, por conseguinte o partido irá colocar os maiores votados, quer dizer que seu voto não vai necessariamente para o candidato.
Talvez isso explique o porque de tantos políticos “subcelebridades” , já que eles recebem milhares de votos e beneficiam seus partidos.
- Importante salientar que o mandato de um senador é de OITO ANOS.
- O voto nulo faz parte de nosso direito. Se tiverem mais de 50% dos votos ANULADOS, a eleição é cancelada, obrigando a troca de candidatos (opção forte para alguma mudança).
Em meio a tanta baboseira que eu escutei ontem, como a de um colega que misturou polícia militar com política, com Prouni, com ditadura, acabei meio que perdendo o fio do pensamento e quando foi me dada a palavra, acabei por perguntar algo não muito relevante, apesar de eu achar não menos importante.
A pergunta foi entorno do número de partidos políticos. A resposta foi que quanto mais, melhor. Acho que não. Um dos grandes problemas do sistema político é a grande quantidade de partidos inexpressivos dos quais nem sabemos sobre sua ideologia política. Daí nas eleições tem as tais coligações que vendem nossa política a troco de um cargo aqui, outro ali. Claro que não pode existir só dois, bem como não é aceitável que existam 20,30 partidos espalhados por aí. (minha opinião).
Agora minha reflexão pós debate:
1) É muito difícil tratar de política em uma era em que a individualidade é gritante e que pensar em prol do coletivo é cada vez mais raro.
2) Estamos no Brasil, um país de milhões de analfabetos sem acesso a educação e cultura, logo consciência política não irá surgir do nada.
3) Somos um povo passivo, ainda vivemos sob a lenda de D. Sebastião (rei português desaparecido antes mesmo do Brasil ser descoberto. A lenda era que ele viria e resolveria todos os problemas, não precisa agir, basta esperar).
4) A falta de interesse sobre política gera um descompromisso para com ela. Não é a toa que candidatos bizarros se aproveitam disso. O cara vai lá e vota em qualquer um, afinal, a sua vida é o mais importante do que uma eleição (seja da elite ou da ralé)
5) Falta renovação. Nossa política está cheia de velhotes com seus pensamentos reacionários.
6) O grande problema é que ser político no Brasil é profissão. Queria ver se um deputado, senador, vereador ganhasse um salário mínimo e tivesse apenas um mandato iria se candidatar (ou você acha que a Simony se importa com causas em prol do cidadão? Será que ela não quer mamar na teta do governo e ganhar muito dinheiro fácil, hein?) Nada mais justo um representante do povo ganhar o salário que o povo ganha.
7) Quem faz as leis são deputados e senadores, logo eles governam para si; dificilmente se verá alguma lei restritiva para a mamata que é ser político no Brasil.
Voltando-se para realidade não há muito para se ter esperança. O problema é histórico e hoje vivemos as conseqüências do descaso que sempre assolou nosso país. O poder está nas mãos de poucos e a história da humanidade mostra que assim foi e assim será, sempre, só mudam as formas. (infelizmente). As revoluções seriam uma saída, mas meu pessimismo me alcança e constato que estou no século XXI, a era da alienação, da superficialidade, da individualidade suprema. Talvez eu não veja a história mudar, mas quem sabe alguém viva para presenciar. Tomara!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Trechos que me marcam do poema "Passagem das Horas" de Álvaro de Campos
Não sei sentir, não sei ser humano, conviver
De dentro da alma triste com os homens meus irmãos na terra.
Não sei ser útil mesmo sentindo, ser prático, ser quotidiano, nítido,
Ter um lugar na vida, ter um destino entre os homens,
Ter uma obra, uma força, uma vontade, uma horta,
Unica razão para descansar, uma necessidade de me distrair,
Uma cousa vinda diretamente da natureza para mim.
(...)
Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.
(...)
Obter tudo por suficiência divina —
As vésperas, os consentimentos, os avisos,
As cousas belas da vida —
O talento, a virtude, a impunidade,
A tendência para acompanhar os outros a casa,
A situação de passageiro,
A conveniência em embarcar já para ter lugar,
E falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, urna frase,
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.
(...)
Fui educado pela Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
Amei, odiei, falei, pensei sempre por isso,
E todos os dias têm essa janela por diante,
E todas as horas parecem minhas dessa maneira.
De dentro da alma triste com os homens meus irmãos na terra.
Não sei ser útil mesmo sentindo, ser prático, ser quotidiano, nítido,
Ter um lugar na vida, ter um destino entre os homens,
Ter uma obra, uma força, uma vontade, uma horta,
Unica razão para descansar, uma necessidade de me distrair,
Uma cousa vinda diretamente da natureza para mim.
(...)
Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.
(...)
Obter tudo por suficiência divina —
As vésperas, os consentimentos, os avisos,
As cousas belas da vida —
O talento, a virtude, a impunidade,
A tendência para acompanhar os outros a casa,
A situação de passageiro,
A conveniência em embarcar já para ter lugar,
E falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, urna frase,
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.
(...)
Fui educado pela Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
Amei, odiei, falei, pensei sempre por isso,
E todos os dias têm essa janela por diante,
E todas as horas parecem minhas dessa maneira.
Certos acontecimentos recentes fizeram com que a pessoa que vos fala enveredasse o pensamento em torno da mudança.
Mudança, ou devir, ou sei lá o que, ela faz parte de nossa vida, basta atentar a passagem do tempo para “perceber” o quanto há de sucessivo e diferente em nossas vidas.
Tendo em vista que a cultura ocidental da qual somos inseridos vangloria a estabilidade, a segurança, o concreto, é difícil se abrir para mudanças sejam elas grandes ou pequenas.
Nessa de procurar a estabilidade muitas vezes abrimos mão de gestos, ações que ocasionariam a mudança.
Ela vem sem ser percebida (às vezes) e quando nos damos conta já não somos o que outrora fomos e isso é gerado sem nosso pleno controle.
Nietzsche falava que as pessoas vivem no niilismo justamente por serem avessas a mudanças, sem se dar conta da preciosidade do devir, do agora, dando valor há algo à longo prazo e por muitas vezes só com aparência de concreto. (minha singela perspectiva de interpretação).
Pois bem, a mudança é necessária, já que se não houvesse esta dinâmica a vida não teria o menor sentido, mas há mudanças e mudanças.
Se mudar faz parte da vida e se algumas fogem ao nosso alcance, o que fazer com aquelas que estão sob o nosso alcance?
Eu penso da seguinte maneira: A partir do momento em que tomamos a “consciência” da experiência, da importância do devir em nossa vida, passamos a encará-la de outra forma. Ter a oportunidade de mudar é algo mágico e importante para nós e se for uma mudança construtiva e avançada melhor ainda. Mas a vida em sua complexidade também pede um pouco de rédea. Vivemos em uma sociedade que não permite essas metamorfoses a bel prazer; tem de haver uma certa consonância em certos momentos entre mudança e estabilidade.
Por exemplo: o dia, à noite, nossa vida diária muda a cada instante, a cada piscar de olhos sem nossa permissão, afinal somos seres vivos e fazemos parte do movimento da natureza. Por outro lado tenho em meu poder, certas escolhas, certas mudanças que irão ocorrer a partir da minha vontade, e a complexidade está ai, justamente por não sabermos, ou não querermos separar uma situação de outra.
Divaguei tudo isso só para expressar o seguinte: Há de se ter sabedoria para encarar e querer mudanças em certos momentos, já que temos este poder de discernimento.
A vida é magnânima para se ter só um lado, ou a de mudança total, ou de estabilidade total.
Por mais que soe estranho, ter a mudança inclusa em sua vida é ter do seu lado o presente e nada mais, já que amanhã eu sei que não serei mais a mesma. É de se pensar, não é mesmo?
Mudança, ou devir, ou sei lá o que, ela faz parte de nossa vida, basta atentar a passagem do tempo para “perceber” o quanto há de sucessivo e diferente em nossas vidas.
Tendo em vista que a cultura ocidental da qual somos inseridos vangloria a estabilidade, a segurança, o concreto, é difícil se abrir para mudanças sejam elas grandes ou pequenas.
Nessa de procurar a estabilidade muitas vezes abrimos mão de gestos, ações que ocasionariam a mudança.
Ela vem sem ser percebida (às vezes) e quando nos damos conta já não somos o que outrora fomos e isso é gerado sem nosso pleno controle.
Nietzsche falava que as pessoas vivem no niilismo justamente por serem avessas a mudanças, sem se dar conta da preciosidade do devir, do agora, dando valor há algo à longo prazo e por muitas vezes só com aparência de concreto. (minha singela perspectiva de interpretação).
Pois bem, a mudança é necessária, já que se não houvesse esta dinâmica a vida não teria o menor sentido, mas há mudanças e mudanças.
Se mudar faz parte da vida e se algumas fogem ao nosso alcance, o que fazer com aquelas que estão sob o nosso alcance?
Eu penso da seguinte maneira: A partir do momento em que tomamos a “consciência” da experiência, da importância do devir em nossa vida, passamos a encará-la de outra forma. Ter a oportunidade de mudar é algo mágico e importante para nós e se for uma mudança construtiva e avançada melhor ainda. Mas a vida em sua complexidade também pede um pouco de rédea. Vivemos em uma sociedade que não permite essas metamorfoses a bel prazer; tem de haver uma certa consonância em certos momentos entre mudança e estabilidade.
Por exemplo: o dia, à noite, nossa vida diária muda a cada instante, a cada piscar de olhos sem nossa permissão, afinal somos seres vivos e fazemos parte do movimento da natureza. Por outro lado tenho em meu poder, certas escolhas, certas mudanças que irão ocorrer a partir da minha vontade, e a complexidade está ai, justamente por não sabermos, ou não querermos separar uma situação de outra.
Divaguei tudo isso só para expressar o seguinte: Há de se ter sabedoria para encarar e querer mudanças em certos momentos, já que temos este poder de discernimento.
A vida é magnânima para se ter só um lado, ou a de mudança total, ou de estabilidade total.
Por mais que soe estranho, ter a mudança inclusa em sua vida é ter do seu lado o presente e nada mais, já que amanhã eu sei que não serei mais a mesma. É de se pensar, não é mesmo?
Assinar:
Postagens (Atom)