Ontem houve um debate em sala de aula tendo como pauta a candidatura de políticos bizarros. Segue abaixo minha reflexão e algumas informações que eu não sabia.
- As eleições para deputado (estadual ou federal) na verdade é uma enganação(ou manobra): Pois nosso voto não vai para o candidato e sim para a legenda (em primeira escala). Por exemplo, tem-se 1000 votos no candidato X do partido Y, a partir disto é determinado quantas cadeiras o partido irá ter, por conseguinte o partido irá colocar os maiores votados, quer dizer que seu voto não vai necessariamente para o candidato.
Talvez isso explique o porque de tantos políticos “subcelebridades” , já que eles recebem milhares de votos e beneficiam seus partidos.
- Importante salientar que o mandato de um senador é de OITO ANOS.
- O voto nulo faz parte de nosso direito. Se tiverem mais de 50% dos votos ANULADOS, a eleição é cancelada, obrigando a troca de candidatos (opção forte para alguma mudança).
Em meio a tanta baboseira que eu escutei ontem, como a de um colega que misturou polícia militar com política, com Prouni, com ditadura, acabei meio que perdendo o fio do pensamento e quando foi me dada a palavra, acabei por perguntar algo não muito relevante, apesar de eu achar não menos importante.
A pergunta foi entorno do número de partidos políticos. A resposta foi que quanto mais, melhor. Acho que não. Um dos grandes problemas do sistema político é a grande quantidade de partidos inexpressivos dos quais nem sabemos sobre sua ideologia política. Daí nas eleições tem as tais coligações que vendem nossa política a troco de um cargo aqui, outro ali. Claro que não pode existir só dois, bem como não é aceitável que existam 20,30 partidos espalhados por aí. (minha opinião).
Agora minha reflexão pós debate:
1) É muito difícil tratar de política em uma era em que a individualidade é gritante e que pensar em prol do coletivo é cada vez mais raro.
2) Estamos no Brasil, um país de milhões de analfabetos sem acesso a educação e cultura, logo consciência política não irá surgir do nada.
3) Somos um povo passivo, ainda vivemos sob a lenda de D. Sebastião (rei português desaparecido antes mesmo do Brasil ser descoberto. A lenda era que ele viria e resolveria todos os problemas, não precisa agir, basta esperar).
4) A falta de interesse sobre política gera um descompromisso para com ela. Não é a toa que candidatos bizarros se aproveitam disso. O cara vai lá e vota em qualquer um, afinal, a sua vida é o mais importante do que uma eleição (seja da elite ou da ralé)
5) Falta renovação. Nossa política está cheia de velhotes com seus pensamentos reacionários.
6) O grande problema é que ser político no Brasil é profissão. Queria ver se um deputado, senador, vereador ganhasse um salário mínimo e tivesse apenas um mandato iria se candidatar (ou você acha que a Simony se importa com causas em prol do cidadão? Será que ela não quer mamar na teta do governo e ganhar muito dinheiro fácil, hein?) Nada mais justo um representante do povo ganhar o salário que o povo ganha.
7) Quem faz as leis são deputados e senadores, logo eles governam para si; dificilmente se verá alguma lei restritiva para a mamata que é ser político no Brasil.
Voltando-se para realidade não há muito para se ter esperança. O problema é histórico e hoje vivemos as conseqüências do descaso que sempre assolou nosso país. O poder está nas mãos de poucos e a história da humanidade mostra que assim foi e assim será, sempre, só mudam as formas. (infelizmente). As revoluções seriam uma saída, mas meu pessimismo me alcança e constato que estou no século XXI, a era da alienação, da superficialidade, da individualidade suprema. Talvez eu não veja a história mudar, mas quem sabe alguém viva para presenciar. Tomara!
terça-feira, 14 de setembro de 2010
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