Certos acontecimentos recentes fizeram com que a pessoa que vos fala enveredasse o pensamento em torno da mudança.
Mudança, ou devir, ou sei lá o que, ela faz parte de nossa vida, basta atentar a passagem do tempo para “perceber” o quanto há de sucessivo e diferente em nossas vidas.
Tendo em vista que a cultura ocidental da qual somos inseridos vangloria a estabilidade, a segurança, o concreto, é difícil se abrir para mudanças sejam elas grandes ou pequenas.
Nessa de procurar a estabilidade muitas vezes abrimos mão de gestos, ações que ocasionariam a mudança.
Ela vem sem ser percebida (às vezes) e quando nos damos conta já não somos o que outrora fomos e isso é gerado sem nosso pleno controle.
Nietzsche falava que as pessoas vivem no niilismo justamente por serem avessas a mudanças, sem se dar conta da preciosidade do devir, do agora, dando valor há algo à longo prazo e por muitas vezes só com aparência de concreto. (minha singela perspectiva de interpretação).
Pois bem, a mudança é necessária, já que se não houvesse esta dinâmica a vida não teria o menor sentido, mas há mudanças e mudanças.
Se mudar faz parte da vida e se algumas fogem ao nosso alcance, o que fazer com aquelas que estão sob o nosso alcance?
Eu penso da seguinte maneira: A partir do momento em que tomamos a “consciência” da experiência, da importância do devir em nossa vida, passamos a encará-la de outra forma. Ter a oportunidade de mudar é algo mágico e importante para nós e se for uma mudança construtiva e avançada melhor ainda. Mas a vida em sua complexidade também pede um pouco de rédea. Vivemos em uma sociedade que não permite essas metamorfoses a bel prazer; tem de haver uma certa consonância em certos momentos entre mudança e estabilidade.
Por exemplo: o dia, à noite, nossa vida diária muda a cada instante, a cada piscar de olhos sem nossa permissão, afinal somos seres vivos e fazemos parte do movimento da natureza. Por outro lado tenho em meu poder, certas escolhas, certas mudanças que irão ocorrer a partir da minha vontade, e a complexidade está ai, justamente por não sabermos, ou não querermos separar uma situação de outra.
Divaguei tudo isso só para expressar o seguinte: Há de se ter sabedoria para encarar e querer mudanças em certos momentos, já que temos este poder de discernimento.
A vida é magnânima para se ter só um lado, ou a de mudança total, ou de estabilidade total.
Por mais que soe estranho, ter a mudança inclusa em sua vida é ter do seu lado o presente e nada mais, já que amanhã eu sei que não serei mais a mesma. É de se pensar, não é mesmo?
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário