Viver perto demais de um homem é a mesma coisa que se retomássemos sempre uma bela gravura com os dedos nus: um belo dia teremos nas mãos um péssimo papel sujo e nada mais.
A alma de um homem se desgasta também por um contato contínuo ; pelo menos é o que acaba por nos parecer - nunca mais haveremos de rever sua figura e sua beleza originais.
Sempre se perde no relacionamento demasiado íntimo com mulheres e amigos; e nisso se perde às vezes a pérola da própria vida.
(Nietzsche)
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Aleatório II
Meu coração é um almirante louco
que abandonou a profissão do mar
e que vai relembrando pouco a pouco
em casa a passear, a passear.....
No movimento(eu mesmo me desloco nesta cadeira, só de o imaginar)
o mar abandonado fica em foco
nos músculos cansados de parar.
Há saudades nas pernas e nos braços.
Há saudades no cérebro por fora.
Há grandes raivas feitos de cansaços.
Mas - esta é boa! era do coração
que eu falava...e onde diabo estou eu agora
com almirante em vez de sensação?...
(Fernando Pessoa)
que abandonou a profissão do mar
e que vai relembrando pouco a pouco
em casa a passear, a passear.....
No movimento(eu mesmo me desloco nesta cadeira, só de o imaginar)
o mar abandonado fica em foco
nos músculos cansados de parar.
Há saudades nas pernas e nos braços.
Há saudades no cérebro por fora.
Há grandes raivas feitos de cansaços.
Mas - esta é boa! era do coração
que eu falava...e onde diabo estou eu agora
com almirante em vez de sensação?...
(Fernando Pessoa)
Isso é uma brisa!
A mudança…como esse vir a ser da vida é tão necessário.
Eu deixo de ser eu para ser outra coisa sempre, a vida vale aí.
Tudo é diferente a todo instante. Se você não mensurar em horas, pensa só o que você já foi, o que já se viveu!
Tá estampado na cara, as fotos não negam..
E assim vai, assim vai ser e onde isso vai parar?
Só penso assim ó! Mudança remete o presente, aproveitar o que sou agora, é assim que a vida merece ser vivida!
A mudança…como esse vir a ser da vida é tão necessário.
Eu deixo de ser eu para ser outra coisa sempre, a vida vale aí.
Tudo é diferente a todo instante. Se você não mensurar em horas, pensa só o que você já foi, o que já se viveu!
Tá estampado na cara, as fotos não negam..
E assim vai, assim vai ser e onde isso vai parar?
Só penso assim ó! Mudança remete o presente, aproveitar o que sou agora, é assim que a vida merece ser vivida!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Ah! Este ano na faculdade irei estudar só a história da ética na filosofia, então vou aqui manifestar-me sobre algo que talvez tenha a ver com isso.
Gosto de BBB, não tem jeito, meu maior defeito é a distração por inutilidades, adoro isso, e hoje sei a causa desta adoração – a saber, a cultura a qual fui submetida e criada, mas isso é outros quinhentos...
Este ano a nossa pomposa e ditadora Globo colocou na casa tipos de personalidades das mais variadas e segregou-as, pois como bem se sabe é assim que rola os barracos que o povo brasileiro (me incluo nessa) adora ver.
Pois bem, o Dourado está sendo crucificado por ter feito declarações das quais ele não fez, como bem se sabe a edição coloca palavras e atitudes que muitas vezes não são verdades.
Mas eu to aqui para falar da homofobia. Para você ver, acabei de escrever no Word e segundo ele não existe essa palavra, tá errada. Porque não processam a Microsoft?
Tudo isso que aconteceu cabe aqui uma reflexão: Que não vivemos e nunca iremos viver em um mundo tolerante. Não suporto gente que se diminui, que se segrega em um determinado tipo de “tribo”. Todas estas manifestações são louváveis – já que vivemos em uma democracia, agora criticar o cara só porque ele não quer ser gay daí já é demais. Não ouvi em um só momento ele agredir, humilhar nenhum dos homossexuais. Não querer algo para sua vida, não quer dizer que você não respeita. Cadê a liberdade de escolha?
E isso acontece em todas as esferas da sociedade. É claro que tem muito preconceito, porque ta enraizado e fazem questão de manter a diferença, mas acredito naquela velha máxima “Tudo aquilo que você faz, fazem com você”.
A hipocrisia vem de a maioria negar que são preconceituosas quando na verdade são e não procurar saber, se informar sobre o assunto e refletir a respeito do preconceito, para eliminar.
Se for escalonar eu acho muito mais grave o que acontece com as mulheres brasileiras(que morrem, apanham e muito na mão de seus machos) do que acontece com os homossexuais, e eu não acho isso desmerecer ou ignorar a causa.
Fico muito triste ao ver como o ser humano desvaloriza o que há de melhor e valoriza o que é secundário, terciário... Dividir o humano em branco, preto, verde, amarelo, se gosta de transar com buceta ou cú, se veste roupa do Brás ou da Oscar Freire, se gosta de pagode ou blues. Isso é de uma pequenez de alma, intelecto....
O mundo, a sociedade tá aí com suas divisões de valores morais (e vai ser sempre assim), agora cabe a cada um escolher ou não se vai seguir essas divisões, esses valores; a escolha é nossa! E pode ter certeza de que o buraco é muito mais embaixo do que se pode imaginar.
Vamos acabar com a hipocrisia e esse falso moralismo (que é de praxe no Brasil) e passemos a refletir o todo, a história, de como tudo é moldado e que acaba desembocando em você.
Somos todos manipulados, agora acabar com a escravidão mental é o melhor que se pode fazer, para gente, para o universo!rs
“Quem planta preconceito, racismo, indiferença, não pode reclamar da violência” (Natiruts).
Isso é só mais um pensamento de uma mente que está tentando encontrar um eixo.
Gosto de BBB, não tem jeito, meu maior defeito é a distração por inutilidades, adoro isso, e hoje sei a causa desta adoração – a saber, a cultura a qual fui submetida e criada, mas isso é outros quinhentos...
Este ano a nossa pomposa e ditadora Globo colocou na casa tipos de personalidades das mais variadas e segregou-as, pois como bem se sabe é assim que rola os barracos que o povo brasileiro (me incluo nessa) adora ver.
Pois bem, o Dourado está sendo crucificado por ter feito declarações das quais ele não fez, como bem se sabe a edição coloca palavras e atitudes que muitas vezes não são verdades.
Mas eu to aqui para falar da homofobia. Para você ver, acabei de escrever no Word e segundo ele não existe essa palavra, tá errada. Porque não processam a Microsoft?
Tudo isso que aconteceu cabe aqui uma reflexão: Que não vivemos e nunca iremos viver em um mundo tolerante. Não suporto gente que se diminui, que se segrega em um determinado tipo de “tribo”. Todas estas manifestações são louváveis – já que vivemos em uma democracia, agora criticar o cara só porque ele não quer ser gay daí já é demais. Não ouvi em um só momento ele agredir, humilhar nenhum dos homossexuais. Não querer algo para sua vida, não quer dizer que você não respeita. Cadê a liberdade de escolha?
E isso acontece em todas as esferas da sociedade. É claro que tem muito preconceito, porque ta enraizado e fazem questão de manter a diferença, mas acredito naquela velha máxima “Tudo aquilo que você faz, fazem com você”.
A hipocrisia vem de a maioria negar que são preconceituosas quando na verdade são e não procurar saber, se informar sobre o assunto e refletir a respeito do preconceito, para eliminar.
Se for escalonar eu acho muito mais grave o que acontece com as mulheres brasileiras(que morrem, apanham e muito na mão de seus machos) do que acontece com os homossexuais, e eu não acho isso desmerecer ou ignorar a causa.
Fico muito triste ao ver como o ser humano desvaloriza o que há de melhor e valoriza o que é secundário, terciário... Dividir o humano em branco, preto, verde, amarelo, se gosta de transar com buceta ou cú, se veste roupa do Brás ou da Oscar Freire, se gosta de pagode ou blues. Isso é de uma pequenez de alma, intelecto....
O mundo, a sociedade tá aí com suas divisões de valores morais (e vai ser sempre assim), agora cabe a cada um escolher ou não se vai seguir essas divisões, esses valores; a escolha é nossa! E pode ter certeza de que o buraco é muito mais embaixo do que se pode imaginar.
Vamos acabar com a hipocrisia e esse falso moralismo (que é de praxe no Brasil) e passemos a refletir o todo, a história, de como tudo é moldado e que acaba desembocando em você.
Somos todos manipulados, agora acabar com a escravidão mental é o melhor que se pode fazer, para gente, para o universo!rs
“Quem planta preconceito, racismo, indiferença, não pode reclamar da violência” (Natiruts).
Isso é só mais um pensamento de uma mente que está tentando encontrar um eixo.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Pergunta que não quer calar: Que diabos eu inventei de fazer Filosofia? Para quê querer saber do pensamento dos outros, se tudo é tão abstrato e sem sentido,hein?
Ando um tanto vaga neste período. Com uma série de porquês que há muito não davam sinal de vida. Descontente com a vida que sou obrigada a levar. Com um medo latente de revirar minha vida. A espera de um momento oportuno que a vida ainda não decidiu me dar. Na angústia da falta, da lacuna que sempre foi minha vida social, e vivendo da imaginação de como seria diferente se tudo fosse diferente.
Eu só queria pares iguais, com um dedinho de não juízo e com uma coragem que me contagiasse.
Acho que até agora eu não vivi. Só pensei que vivi, sei lá.
De tanto que quero, tenho o NADA. Eu já cansei deste NADA.
Sabe a conclusão que eu cheguei? Eu preciso me RE-INVENTAR!
Blá, Blá, Blá.... Crise existencial à vista. E não à prazo!rs
Ando um tanto vaga neste período. Com uma série de porquês que há muito não davam sinal de vida. Descontente com a vida que sou obrigada a levar. Com um medo latente de revirar minha vida. A espera de um momento oportuno que a vida ainda não decidiu me dar. Na angústia da falta, da lacuna que sempre foi minha vida social, e vivendo da imaginação de como seria diferente se tudo fosse diferente.
Eu só queria pares iguais, com um dedinho de não juízo e com uma coragem que me contagiasse.
Acho que até agora eu não vivi. Só pensei que vivi, sei lá.
De tanto que quero, tenho o NADA. Eu já cansei deste NADA.
Sabe a conclusão que eu cheguei? Eu preciso me RE-INVENTAR!
Blá, Blá, Blá.... Crise existencial à vista. E não à prazo!rs
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Eu quero!
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campouw
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campouw
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
A solidão anda tentando colar em mim novamente.
Eu que pensei que ela ia me dar um tempo mais longo, um sossego maior de alma, que ela ia me dar a chance de superar a sina.. Ledo engano.
Ah solidão! A única certeza que eu tenho na vida é você, desde sempre!
Dizem que a solidão é boa porque faz você se encontrar, mas para quê? Já me encontrei faz tempo, já vivi muito tempo mergulhada nela, e agora que eu fui buscar um pouquinho de ar fora , vem ela me buscando pelo braço, com certos afagos me dizendo que ao seu lado é o meu lugar.
Também dizem que a solidão não é falta de algo ou alguém e sim a falta de si mesmo. Balela!
Mais presença comigo mesma, interna e externa, impossível!
Minha solidão é a falta em meio à fartura; é essa lacuna não preenchida por pessoas e situações, é o não conviver quando o mais desejado é a convivência. Sei das minhas falhas, mas isso é tão intrínseco em mim que eu realmente não sei se eu mudo ou deixo como está.
Não! Já tentei mudar, mas daí vem à vida e me tira por completo a mudança.
Eu escuto a solidão dizendo: - Pensou que tinha escapado de mim, eu estou em você e você está em mim! Esse é o seu destino, não adianta tentar fugir, eu venho lhe buscar!
É solidão acho que você venceu. Vou entregar-me novamente a você de corpo e alma, mergulhar no desassossego e na angustia; minha vida necessita desta condição.
Fiz uma promessa quando eu tinha 13 anos e escutei Renato Russo falando “A solidão é o mal do século”, a promessa era de saber de mim e aprender a não ser sozinha ou aprender a ser só.
Na caminhada desses 10 anos com tanta tristeza, tanto despertar para mim mesma, acho que aprendi a ser só.
Triste constatação, mas que é a mais pura verdade e realidade.
Tudo isso pra dizer que os poucos que me restavam e que me davam alguma vida fora da solidão estão indo embora, um por um, e eu não posso fazer nada, afinal cada um segue sua vida. Como eu sou péssima na manutenção da convivência, vou ficando por aqui de braços dados com minha companheira única e só que sou eu mesma.
Estou muito triste porque são pessoas das quais eu tinha muito apreço e que conseguiam entender essa alma inquieta e essa mente tresloucada.
Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só.
(Floberca Espanca)
Eu que pensei que ela ia me dar um tempo mais longo, um sossego maior de alma, que ela ia me dar a chance de superar a sina.. Ledo engano.
Ah solidão! A única certeza que eu tenho na vida é você, desde sempre!
Dizem que a solidão é boa porque faz você se encontrar, mas para quê? Já me encontrei faz tempo, já vivi muito tempo mergulhada nela, e agora que eu fui buscar um pouquinho de ar fora , vem ela me buscando pelo braço, com certos afagos me dizendo que ao seu lado é o meu lugar.
Também dizem que a solidão não é falta de algo ou alguém e sim a falta de si mesmo. Balela!
Mais presença comigo mesma, interna e externa, impossível!
Minha solidão é a falta em meio à fartura; é essa lacuna não preenchida por pessoas e situações, é o não conviver quando o mais desejado é a convivência. Sei das minhas falhas, mas isso é tão intrínseco em mim que eu realmente não sei se eu mudo ou deixo como está.
Não! Já tentei mudar, mas daí vem à vida e me tira por completo a mudança.
Eu escuto a solidão dizendo: - Pensou que tinha escapado de mim, eu estou em você e você está em mim! Esse é o seu destino, não adianta tentar fugir, eu venho lhe buscar!
É solidão acho que você venceu. Vou entregar-me novamente a você de corpo e alma, mergulhar no desassossego e na angustia; minha vida necessita desta condição.
Fiz uma promessa quando eu tinha 13 anos e escutei Renato Russo falando “A solidão é o mal do século”, a promessa era de saber de mim e aprender a não ser sozinha ou aprender a ser só.
Na caminhada desses 10 anos com tanta tristeza, tanto despertar para mim mesma, acho que aprendi a ser só.
Triste constatação, mas que é a mais pura verdade e realidade.
Tudo isso pra dizer que os poucos que me restavam e que me davam alguma vida fora da solidão estão indo embora, um por um, e eu não posso fazer nada, afinal cada um segue sua vida. Como eu sou péssima na manutenção da convivência, vou ficando por aqui de braços dados com minha companheira única e só que sou eu mesma.
Estou muito triste porque são pessoas das quais eu tinha muito apreço e que conseguiam entender essa alma inquieta e essa mente tresloucada.
Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só.
(Floberca Espanca)
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Em algum lugar do planeta, no hemisfério sul, especificamente no Brasil existe uma mulher interessante chamada Odara.
Filha de um pai que nunca conheceu e de uma mãe que é digna de todos os troféus e Nobel da paz, do amor, do altruísmo, Odara existiu para o mundo em algum dia, em algum mês dos anos oitenta.
O seu nome veio de uma música de Caetano Veloso – sua mãe é fã; apesar de hoje ela saber que essa música enigmática pode referir-se ao uso de drogas, Odara prefere a explicação de sua mãe: Seu nome significa tudo que é bom e inexplicável.
Odara já passou e viu vários acontecimentos em sua vida. Sua memória mais marcante é ter passado fome. Por isso que ela é tão ligada na questão social e política; nunca entendeu a desigualdade que assola o mundo. Ela costuma dizer que é a Mafalda de Quinho com o vestido verde e amarelo.
Ao divagar pelas profundas lembranças de sua história, ela se delicia com os momentos de sua infância.
- Nossa como era bom brincar de amarelinha! Rabiscar o chão de giz como o Renato Russo!
- E quando a turma tocava a campainha dos vizinhos e saía correndo... ah como era bom e ao mesmo tempo sarcástico!
- Minhas bonecas que eram minhas filhas! Eu tinha uma família linda!
Este saudosismo faz ela sentir-se melhor e sortuda por ter vivido em uma época tão boa.
Odara é muito observadora, adora observar as pessoas principalmente os que vivem em mundos diferentes. Às vezes julga, mas a maioria das vezes é observação que irá acabar em reflexão.
Um dia qualquer andando na rua Odara encontrou em seu caminho um grupos de abastados.
Desses de dar nojo, sabe? Filhinhos de papai que pensam no máximo se vão ao shopping hoje ou não.
Odara sentou-se ao lado deles e começou a observar a conversa e os movimentos corporais.
- Hoje eu to puta com Jesus! Acredita que meu pai só me deu R$ 500,00 para eu ir ao shopping? Vê se pode, não dá pra comprar nada! – disse uma ruivinha cheia de sardas fúteis.
- Hahahahaha – essa foi a resposta das outras.
- Preciso ir a academia, to querendo pegar aquela loira cachorra. De hoje não passa, deixa ela ver só o carro que meu pai me deu – disse um garoto insensato.
- É isso aí garanhão! Come mesmo – respondeu seu amigo idiota.
E Odara foi escutando aquilo e mais um monte de besteiras asquerosas, enquanto o magote de riquinhos gravavam tudo em seus celulares ultramodernos.
- Dinheiro compra quase tudo, menos autenticidade e personalidade!(pensou Odara)
Ao sair do local se deparou com o outro lado da moeda. Crianças sendo escravizadas no semáforo, mendigos sendo tratados com desdém.
- Não consigo entender porque o mundo é tão desconexo e injusto!
Odara sabe o que acontece, no fundo ela tem consciência disso. Ela estuda sobre essas coisas e sabe da cultura capitalista, é interessada por história e concluiu que nesse mundo jamais haverá igualdade.
Todos os dias ela é tocada por estas diferenças, mas de certa forma tem que ser indiferente por questão de sobrevivência.
Apesar de sua história ser tão densa e por vezes considerada difícil (se contasse daria um livro), Odara só tem que agradecer aos Deuses por ela ter sido feita aqui no Brasil, pelos seus pais e por ter nascido nos anos 80.
Porque ela sabe que a geração dela foi à última a curtir um mundo que por mais injusto era de uma leveza sutil.
Hoje no século 21 os humanos são máquinas projetadas com um modelo praticamente padrão no qual as pessoas se escravizam e morrem para ter.
De uma coisa ela tem quase certeza; vai morrer sem entender o funcionamento do universo.
- Mas também quem conseguiu? Pensa Odara.
O desejo de Odara? Que o mundo seja tão bom e inexplicável como seu nome.]
**Dois finais**
A constatação de Odara? Que o mundo é tão bom e inexplicável como seu nome.
No final a preferência é sua.
Ass: CLS
Filha de um pai que nunca conheceu e de uma mãe que é digna de todos os troféus e Nobel da paz, do amor, do altruísmo, Odara existiu para o mundo em algum dia, em algum mês dos anos oitenta.
O seu nome veio de uma música de Caetano Veloso – sua mãe é fã; apesar de hoje ela saber que essa música enigmática pode referir-se ao uso de drogas, Odara prefere a explicação de sua mãe: Seu nome significa tudo que é bom e inexplicável.
Odara já passou e viu vários acontecimentos em sua vida. Sua memória mais marcante é ter passado fome. Por isso que ela é tão ligada na questão social e política; nunca entendeu a desigualdade que assola o mundo. Ela costuma dizer que é a Mafalda de Quinho com o vestido verde e amarelo.
Ao divagar pelas profundas lembranças de sua história, ela se delicia com os momentos de sua infância.
- Nossa como era bom brincar de amarelinha! Rabiscar o chão de giz como o Renato Russo!
- E quando a turma tocava a campainha dos vizinhos e saía correndo... ah como era bom e ao mesmo tempo sarcástico!
- Minhas bonecas que eram minhas filhas! Eu tinha uma família linda!
Este saudosismo faz ela sentir-se melhor e sortuda por ter vivido em uma época tão boa.
Odara é muito observadora, adora observar as pessoas principalmente os que vivem em mundos diferentes. Às vezes julga, mas a maioria das vezes é observação que irá acabar em reflexão.
Um dia qualquer andando na rua Odara encontrou em seu caminho um grupos de abastados.
Desses de dar nojo, sabe? Filhinhos de papai que pensam no máximo se vão ao shopping hoje ou não.
Odara sentou-se ao lado deles e começou a observar a conversa e os movimentos corporais.
- Hoje eu to puta com Jesus! Acredita que meu pai só me deu R$ 500,00 para eu ir ao shopping? Vê se pode, não dá pra comprar nada! – disse uma ruivinha cheia de sardas fúteis.
- Hahahahaha – essa foi a resposta das outras.
- Preciso ir a academia, to querendo pegar aquela loira cachorra. De hoje não passa, deixa ela ver só o carro que meu pai me deu – disse um garoto insensato.
- É isso aí garanhão! Come mesmo – respondeu seu amigo idiota.
E Odara foi escutando aquilo e mais um monte de besteiras asquerosas, enquanto o magote de riquinhos gravavam tudo em seus celulares ultramodernos.
- Dinheiro compra quase tudo, menos autenticidade e personalidade!(pensou Odara)
Ao sair do local se deparou com o outro lado da moeda. Crianças sendo escravizadas no semáforo, mendigos sendo tratados com desdém.
- Não consigo entender porque o mundo é tão desconexo e injusto!
Odara sabe o que acontece, no fundo ela tem consciência disso. Ela estuda sobre essas coisas e sabe da cultura capitalista, é interessada por história e concluiu que nesse mundo jamais haverá igualdade.
Todos os dias ela é tocada por estas diferenças, mas de certa forma tem que ser indiferente por questão de sobrevivência.
Apesar de sua história ser tão densa e por vezes considerada difícil (se contasse daria um livro), Odara só tem que agradecer aos Deuses por ela ter sido feita aqui no Brasil, pelos seus pais e por ter nascido nos anos 80.
Porque ela sabe que a geração dela foi à última a curtir um mundo que por mais injusto era de uma leveza sutil.
Hoje no século 21 os humanos são máquinas projetadas com um modelo praticamente padrão no qual as pessoas se escravizam e morrem para ter.
De uma coisa ela tem quase certeza; vai morrer sem entender o funcionamento do universo.
- Mas também quem conseguiu? Pensa Odara.
O desejo de Odara? Que o mundo seja tão bom e inexplicável como seu nome.]
**Dois finais**
A constatação de Odara? Que o mundo é tão bom e inexplicável como seu nome.
No final a preferência é sua.
Ass: CLS
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Maria acorda de uma noite mal dormida, espreguiça-se, olha no espelho e não se reconhece.
Ainda pensando se está dormindo ou não, se enfia debaixo do chuveiro gelado; está quente e o dia é longo.
Depois de toda a rotina matinal feita, Maria olha no espelho novamente e continua a não se reconhecer. Será o cabelo? A sobrancelha? Os olhos? A face inteira? Ela não liga, já está atrasada para o trabalho, se ela não melhorar até o final da tarde vai ao médico.
Passando pelas ruas, pelo ônibus, pelo metrô Maria pensa o quanto queria ser um monte de pessoas ao mesmo tempo. Queria tomar para si as características das quais ao olhar uma pessoa ela sentira vontade de sentir ou ser prontamente.
- Nossa que menina mais linda, que olhos bonitos, que conjunto esplêndido! Quero ter isso para mim!
- Que beijo malicioso e molhado! Gostaria de provar!
- Que roupas mais estilosas e quanto luxo! Humm também queria isso!
- Agora o mais importante! Gostaria de ter a vida de todas essas pessoas, senti-las, sê-las!
Maria em todo seu dia reparou que as pessoas olhavam para ela com uma certa curiosidade, outras com repulsa, enfim todos reparavam nela.
Apesar de não se reconhecer mais Maria achava interessante; era a primeira vez que o mundo reparava nela.
E o dia foi passando, e ela não conseguiu olhar-se mais no espelho. Estava confusa, cega, o que estaria acontecendo com ela? Seria uma metamorfose?
Decidiu ir ao médico.
No caminho do médico como coisa do destino encontrou as pessoas que ela mais amava; mãe, irmã, namorado, amigo. Por um instante ela achou que eles não iriam reconhecê-la, mas eles foram se aproximando e ela sentiu o reconhecimento.
- Olha que coincidência mais louca! Vocês todos por aqui!
E cada um explicou o motivo para ir de encontro com Maria – explicações que não cabem aqui citar, são motivos além de uma compreensão exata.
Depois de encontrá-los e sentir que apesar de ela não se reconhecer havia pessoas no mundo que a reconheciam, Maria parou, pensou e percebeu o que havia acontecido.
De tanto querer ser ou sentir a vida das pessoas ela acabou tomando para si características, sensações da qual nunca lhe pertenceram, achando que estaria experimentando coisas novas, foi esquecendo de ser ela mesma, em essência, em vida.
Tomada a devida consciência, Maria olhou-se no espelho novamente e se reconheceu, percebeu o quanto ela era única no mundo, que apesar de o mundo não estar nem aí, ela vive, ela faz parte do ciclo.
Abraçou todos os que amava e seguiu rumo a um bar, pois Maria adora cerveja e queria comemorar!
Ainda pensando se está dormindo ou não, se enfia debaixo do chuveiro gelado; está quente e o dia é longo.
Depois de toda a rotina matinal feita, Maria olha no espelho novamente e continua a não se reconhecer. Será o cabelo? A sobrancelha? Os olhos? A face inteira? Ela não liga, já está atrasada para o trabalho, se ela não melhorar até o final da tarde vai ao médico.
Passando pelas ruas, pelo ônibus, pelo metrô Maria pensa o quanto queria ser um monte de pessoas ao mesmo tempo. Queria tomar para si as características das quais ao olhar uma pessoa ela sentira vontade de sentir ou ser prontamente.
- Nossa que menina mais linda, que olhos bonitos, que conjunto esplêndido! Quero ter isso para mim!
- Que beijo malicioso e molhado! Gostaria de provar!
- Que roupas mais estilosas e quanto luxo! Humm também queria isso!
- Agora o mais importante! Gostaria de ter a vida de todas essas pessoas, senti-las, sê-las!
Maria em todo seu dia reparou que as pessoas olhavam para ela com uma certa curiosidade, outras com repulsa, enfim todos reparavam nela.
Apesar de não se reconhecer mais Maria achava interessante; era a primeira vez que o mundo reparava nela.
E o dia foi passando, e ela não conseguiu olhar-se mais no espelho. Estava confusa, cega, o que estaria acontecendo com ela? Seria uma metamorfose?
Decidiu ir ao médico.
No caminho do médico como coisa do destino encontrou as pessoas que ela mais amava; mãe, irmã, namorado, amigo. Por um instante ela achou que eles não iriam reconhecê-la, mas eles foram se aproximando e ela sentiu o reconhecimento.
- Olha que coincidência mais louca! Vocês todos por aqui!
E cada um explicou o motivo para ir de encontro com Maria – explicações que não cabem aqui citar, são motivos além de uma compreensão exata.
Depois de encontrá-los e sentir que apesar de ela não se reconhecer havia pessoas no mundo que a reconheciam, Maria parou, pensou e percebeu o que havia acontecido.
De tanto querer ser ou sentir a vida das pessoas ela acabou tomando para si características, sensações da qual nunca lhe pertenceram, achando que estaria experimentando coisas novas, foi esquecendo de ser ela mesma, em essência, em vida.
Tomada a devida consciência, Maria olhou-se no espelho novamente e se reconheceu, percebeu o quanto ela era única no mundo, que apesar de o mundo não estar nem aí, ela vive, ela faz parte do ciclo.
Abraçou todos os que amava e seguiu rumo a um bar, pois Maria adora cerveja e queria comemorar!
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Ando meia saudosista ultimamente, com lembranças tão nítidas que parecem que acabaram de acontecer.
É muito bom fechar os olhos e ver que tanta coisa boa aconteceu, que tudo no final das contas serviu como um belo aprendizado, para construção de uma vida.
Ah! Como é bom isso.
Apesar de as vezes invejar e imaginar a vida dos outros, sou muito feliz com minha história e não trocaria por nada nesse mundo: De piriguete da V.M à estudante de Filosofia, de uma menina com cabelo esticado à uma mulher feita e com algumas tatuagens, do sofrimento latente a felicidade extasiante...\o/
Lembranças são boas pois reavivam sentidos que até então estavam adormecido, mas a vida é pra frente, é o agora!
Espero que amanhã eu consiga ter boas lembranças do dia de hoje. Que assim seja!
Jah love!
É muito bom fechar os olhos e ver que tanta coisa boa aconteceu, que tudo no final das contas serviu como um belo aprendizado, para construção de uma vida.
Ah! Como é bom isso.
Apesar de as vezes invejar e imaginar a vida dos outros, sou muito feliz com minha história e não trocaria por nada nesse mundo: De piriguete da V.M à estudante de Filosofia, de uma menina com cabelo esticado à uma mulher feita e com algumas tatuagens, do sofrimento latente a felicidade extasiante...\o/
Lembranças são boas pois reavivam sentidos que até então estavam adormecido, mas a vida é pra frente, é o agora!
Espero que amanhã eu consiga ter boas lembranças do dia de hoje. Que assim seja!
Jah love!
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Reflexão jovial.
Nossa cara como tá difícil esse emaranhado de pensamentos!
Eu queria mudar o mundo e sei que tenho capacidade mental para isso, mas infelizmente a ação não faz parte de mim. E sabe por quê?
Porque até para ter atitudes revolucionária dependemos da burguesia. Eu queria muito sair por ai protestando, me organizando, mas como? Eu tenho que trabalhar para pagar minhas contas e se eu faltar to na rua, enfim....
É por isso que nada muda nas questões sociais, culturais, humanas, pois o poder de mudança tá na mão do poder que não quer que isso ocorra. Entendeu?
Que grande desilusão!
Eu odeio a burguesia e quem faz parte dela.
Eu queria mudar o mundo e sei que tenho capacidade mental para isso, mas infelizmente a ação não faz parte de mim. E sabe por quê?
Porque até para ter atitudes revolucionária dependemos da burguesia. Eu queria muito sair por ai protestando, me organizando, mas como? Eu tenho que trabalhar para pagar minhas contas e se eu faltar to na rua, enfim....
É por isso que nada muda nas questões sociais, culturais, humanas, pois o poder de mudança tá na mão do poder que não quer que isso ocorra. Entendeu?
Que grande desilusão!
Eu odeio a burguesia e quem faz parte dela.
Desabafo paulistano.

São Paulo.
A terceira naior capital do mundo, a economia que impulsiona o país e seus 12 milhões de habitantes na capital.
Nasci e cresci aqui; todos os meus laços afetivos e minha vida foram semeados nesta cidade. Mas agora tá ficando mais díficl sobreviver aqui.
Tudo está um caos, graças ao povo que não sabe votar, que é passivo(velha cultura brazuca)que colocam no poder esses merdas que não fazem nada para o povo.
Estamos sofrendo muito com a chuva, parece que é uma coisa SP faz questão de mostrar todo sua opressão e dificuldade, nada facilita, tudo se complica.
Todo seu bom humor vai embora quando tem que se enfrentar a maratona da rotina aqui.
Nunca gostei de São Paulo, talvez por que aqui seja o berço, a representação do capitalismo, da burguesia hipócrita que impera neste mundo, o símbolo da opressão e da não vida. É claro que tem seu lado bom, sua imensidão, suas diversidades mas tudo isso cansa e você não tem para onde correr.
Desde que eu me entendo de gente quero sair daqui, agora é questão de honra e sobrevivência. Chega!
O pior é que eu não vejo melhora, pelo contrário, SP está saturada de tudo: de gente, de carro, de obras mal feitas, de falta de estrutura, etc e tal.
Enfim meu desabafo termina por aqui, porque eu sei que hoje à tarde vai ser mais um dia dificílimo onde o ódio vai conseguir superar todo amor que habita em mim.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Ai, ai, ai, tá chegando a hora... Do segundo round, do segundo teste para avaliar minha capacidade mental...rsrs
Porque ter aula de Filosofia Política com um professor comunista, ter Nitzsche, Kant, Santo Agostinho, etc e tal não é mole não.
Mas vamos lá que eu já tô com saudade dos meus colegas que são ranzizas igual a mim!kkkk
"E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também" (O.M)
Fuis!
Porque ter aula de Filosofia Política com um professor comunista, ter Nitzsche, Kant, Santo Agostinho, etc e tal não é mole não.
Mas vamos lá que eu já tô com saudade dos meus colegas que são ranzizas igual a mim!kkkk
"E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também" (O.M)
Fuis!
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