sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A solidão anda tentando colar em mim novamente.
Eu que pensei que ela ia me dar um tempo mais longo, um sossego maior de alma, que ela ia me dar a chance de superar a sina.. Ledo engano.
Ah solidão! A única certeza que eu tenho na vida é você, desde sempre!
Dizem que a solidão é boa porque faz você se encontrar, mas para quê? Já me encontrei faz tempo, já vivi muito tempo mergulhada nela, e agora que eu fui buscar um pouquinho de ar fora , vem ela me buscando pelo braço, com certos afagos me dizendo que ao seu lado é o meu lugar.
Também dizem que a solidão não é falta de algo ou alguém e sim a falta de si mesmo. Balela!
Mais presença comigo mesma, interna e externa, impossível!
Minha solidão é a falta em meio à fartura; é essa lacuna não preenchida por pessoas e situações, é o não conviver quando o mais desejado é a convivência. Sei das minhas falhas, mas isso é tão intrínseco em mim que eu realmente não sei se eu mudo ou deixo como está.
Não! Já tentei mudar, mas daí vem à vida e me tira por completo a mudança.
Eu escuto a solidão dizendo: - Pensou que tinha escapado de mim, eu estou em você e você está em mim! Esse é o seu destino, não adianta tentar fugir, eu venho lhe buscar!
É solidão acho que você venceu. Vou entregar-me novamente a você de corpo e alma, mergulhar no desassossego e na angustia; minha vida necessita desta condição.
Fiz uma promessa quando eu tinha 13 anos e escutei Renato Russo falando “A solidão é o mal do século”, a promessa era de saber de mim e aprender a não ser sozinha ou aprender a ser só.
Na caminhada desses 10 anos com tanta tristeza, tanto despertar para mim mesma, acho que aprendi a ser só.
Triste constatação, mas que é a mais pura verdade e realidade.

Tudo isso pra dizer que os poucos que me restavam e que me davam alguma vida fora da solidão estão indo embora, um por um, e eu não posso fazer nada, afinal cada um segue sua vida. Como eu sou péssima na manutenção da convivência, vou ficando por aqui de braços dados com minha companheira única e só que sou eu mesma.
Estou muito triste porque são pessoas das quais eu tinha muito apreço e que conseguiam entender essa alma inquieta e essa mente tresloucada.


Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só.
(Floberca Espanca)

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